1053 - DISPARIDADES REGIONAIS E SOCIAIS NO USO DE PRÓTESES DENTÁRIAS NO BRASIL
Universidade do Estado de Minas Gerais; Laboratório de Escrita Científica, Universidade Federal do Espírito Santo; Programa de Pós-graduação em Nutrição e Saúde.
Antecedentes/Objetivos: A reabilitação protética é fundamental para restaurar funções mastigatórias, a estética e manter a qualidade de vida geral. No Brasil, a distribuição de próteses dentárias apresenta marcantes desigualdades, influenciada por determinantes socioeconômicos, regionais e de acesso aos serviços de saúde. Este estudo tem como objetivo identificar a distribuição desigual de próteses dentárias no Brasil, caracterizando os determinantes geográficos, econômicos e sociais que influenciam seu acesso diferenciado entre grupos populacionais.
Métodos: Os dados foram adquiridos da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019), realizada pelo IBGE, com uma amostra de 94.114 pessoas. Incluído participantes maiores de 15 anos, foi utilizada a variável dicotômica sobre o uso de prótese dental, em relação aos fatores socioeconômicos: renda familiar inferior ou superior a 2 salários mínimos e demográficos: raça/cor e sexo e as 5 regiões brasileiras (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul, Sudeste). Foi realizado o teste de qui-quadrado de Pearson, utilizando o software IBM SPSS Statistics (versão 27.1).
Resultados: 57,1% da população das regiões Centro-Oeste e Sul utilizam prótese dental, enquanto no Nordeste e Sudeste os percentuais são semelhantes (50,1% e 51,0%). No Norte, o menor índice foi registrado (42,2%), 53,0% dos indivíduos com renda abaixo de 2 salários-mínimos não fazem uso de prótese, enquanto 47,0% dos que possuem renda superior utilizam. 73,2% dos brancos relataram uso de prótese, comparado a apenas 25,7% dos pretos e pardos, e 79,7% da população preta/parda declarou não utilizar.
Conclusões/Recomendações: Os dados revelam disparidades significativas no acesso a próteses dentárias no Brasil, com menores taxas entre populações de baixa renda, residentes nas regiões Norte/Nordeste e de cor preta/parda. Essa desigualdade evidencia limitações na efetividade das políticas públicas de saúde bucal.