1062 - DIETA CETOGÊNICA EM INTERNAÇÕES PROLONGADAS POR OBESIDADE GRAVE: LIÇÕES DE UM MODELO DE CUIDADO INTENSIVO
Centro Universitário de Brasília, Distrito Federal; Universidade do Estado da Bahia; Centro Universitário UNIDOM/Afya; Universidade Federal da Bahia; Associação Brasileira de Nutrologia; Hospital da Obesidade; Universidade do Estado do Amazonas; Hospital Meridional Cariacica Rede Kora Saúde.
Antecedentes/Objetivos: Pacientes com obesidade grau III internados por longos períodos apresentam desafios clínicos complexos, exigindo intervenções eficazes e seguras para redução de peso e melhora metabólica. A dieta cetogênica, por induzir cetose nutricional e promover perda de peso rápida, tem sido estudada como alternativa terapêutica nesses contextos. Este estudo objetiva apresentar os resultados clínicos de um protocolo cetogênico aplicado a pacientes internados com obesidade grave em hospital universitário brasileiro.
Métodos: Estudo transversal com análise de prontuários de 22 pacientes com obesidade grau III internados por pelo menos 90 dias em enfermaria clínica de obesidade entre 2021 e 2023. O protocolo incluiu dieta cetogênica hipocalórica (#2 50 g de carboidratos/dia), supervisão multiprofissional e monitoramento de parâmetros antropométricos, bioquímicos e hemodinâmicos. A coleta de dados incluiu evolução do peso, uso de medicamentos anti-hipertensivos, hipoglicemiantes e hipolipemiantes.
Resultados: Após 90 dias, os pacientes apresentaram redução média de 14,2% do peso corporal. Houve diminuição significativa no uso de medicamentos: 59% dos usuários de insulina suspenderam o uso, 41% reduziram ou suspenderam anti-hipertensivos e 35% deixaram de usar hipolipemiantes. Observou-se ainda melhora nos níveis de glicemia de jejum, hemoglobina glicada, triglicerídeos e PCR. Nenhum efeito adverso grave foi registrado.
Conclusões/Recomendações: A dieta cetogênica, quando aplicada com supervisão adequada, mostrou-se uma estratégia viável e eficaz no manejo intensivo da obesidade grave em ambiente hospitalar. Recomenda-se considerar seu uso como ferramenta terapêutica em internações prolongadas, com monitoramento criterioso e abordagem interprofissional.