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XLIII Reunión anual de la Sociedad Española de Epidemiología (SEE) y XX Congresso da Associação Portuguesa de Epidemiología (APE)
Las Palmas De Gran Canaria, 2 - 5 September 2025
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CO 08. Salud ambiental 2
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521 - EXPOSIÇÃO MERCURIAL E VULNERABILIDADE ALIMENTAR EM DIFERENTES CONTEXTOS TERRITORIAIS NA AMAZÔNIA

M.L. dos Santos Pinto, A. Luyta Monteiro da Mota, J. de Medeiros Soares, F. de Paula Fernandes, B. Chagas, A.E. Gomes Macedo, M. de Oliveira Lima, H. do Nascimento de Moura Meneses

Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde/UFOPA; Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Rede Bionorte; Programa de Pós Graduação em Enfermagem/UEPA; Laboratório de Epidemiologia Molecular/UFOPA.

Antecedentes/Objetivos: Na Amazônia, o pescado representa a principal fonte de proteína para muitas populações tradicionais. No entanto, a crescente contaminação por mercúrio (Hg), impulsionada por atividades de garimpo e intensificada pelas mudanças climáticas, ameaça diretamente a segurança alimentar dessas populações. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo descrever o padrão alimentar de duas comunidades indígenas da Amazônia, analisando de que forma diferentes contextos territoriais influenciam a exposição ao mercúrio e a vulnerabilidade alimentar.

Métodos: Foram analisadas amostras de sangue de 256 participantes de duas comunidades indígenas de Santarém, Pará, Amazônia Brasileira (Baixo Tapajós = 72; área urbana = 184), com informações sobre o consumo de peixe. As concentrações de Hg (μg/L) foram medidas no equipamento DMA-80 Direct Mercury Analyzer e cada amostra foi analisada em duplicata. Os níveis de HgT foram descritos por percentis (p10 a p95) e médias, estratificadas em função da frequência de consumo semanal de peixe (alta vs. baixa). A comparação entre os grupos foi realizada por meio do teste de Kruskal-Wallis.

Resultados: Os níveis de HgT (em μg/L) foram mais altos na comunidade do Baixo Tapajós (média = 41,1; p95 = 103,6) do que na área urbana (média = 13,4; p95 = 40,5) (Kruskal-Wallis: χ2 = 76,95; p < 0,001). Em ambas as regiões, os indivíduos com maior frequência de consumo de peixe apresentaram níveis mais elevados de Hg. Na área urbana, a mediana passou de 5,8 μg/L (baixa frequência) para 12,5μg/L (alta frequência), enquanto no Baixo Tapajós os níveis foram elevados mesmo entre os de baixa frequência (p50: 25,1 μg/L), indicando contaminação ambiental generalizada.

Conclusões/Recomendações: A exposição ao mercúrio entre populações amazônicas está fortemente associada ao consumo de peixe. Em regiões como o Baixo Tapajós, a contaminação é tão extensa que compromete a segurança alimentar independentemente da frequência de consumo, atingindo mesmo os que consomem pouco peixe. As mudanças climáticas –ao alterarem os regimes hidrológicos, temperatura e matéria orgânica nos rios– favorecem a metilação do mercúrio e sua bioacumulação na cadeia alimentar aquática, agravando os riscos. Em um contexto de emergência climática, proteger os recursos pesqueiros e a saúde das populações tradicionais da Amazônia requer ações integradas de vigilância ambiental, controle da mineração ilegal e políticas públicas voltadas à segurança alimentar.

Financiamento: CNPq Processo: 408212/2022-5.

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